quinta-feira, janeiro 24, 2008

SANTIDADE


I
contemplo-te, meu santo pecado:

ousas ser um doce querubim divino,
uma garra iluminada salvadora da minha alma.

é o teu corpo a minha salvação,
estrada suada para a minha transcendência,
suspirando na alma como os dedos na pele.
a minha devoção contempla-te a tremer,
enquanto languidamente o meu corpo fica genuflexo
e sorvo religioso o amor que
exalas em cada pedaço dos teus contornos!

renuncio a escrever poemas.
Agora dedilho orações à volúpia
No suor que escorre nas tuas costas!

II.

e quando reages ao toque,
ferro os dentes célere no desejo!
sem dor e sem fim por mais que descanse
no limbo preguiçoso que o sono contém.
©2008 joaquim amândio santos e editorial negratinta
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sábado, janeiro 12, 2008

ALTAR


o mel da minha saliva diz-me que em ti construo uma prece devotada ao altar do desejo. recolho-me em devoção à doçura incessante com que transformas o meu suor na água benta da dádiva.
oferto-me e no meu corpo te entrego todos os pedaços firmes da minha fé!

glória eterna ao teu luar sem mácula,
que rezarei sem cessar nos meus uivos cantados!


©2008 joaquim amândio santos e editorial negratinta

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sexta-feira, janeiro 04, 2008

ONDULAÇÃO



quando o mar irrompe no arrogo farto que comanda as suas ondas deleitadas num furtivo afago do teu corpo, arranco célere seixos da areia e atiro-os sem hesitar.
mergulho nele a minha raiva musculada, e reclamo minhas todas as conchas suas.
e só então me deito a teu lado, numa praia nascida para ninho de encontro entre minha mão e a tua.

assim nasce o nosso namoro
carregado de conchas para nos sossegar!



©2007 joaquim amândio santos e editorial negratinta

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HELIZ