sexta-feira, fevereiro 03, 2006

verbo



absorvo cada uma das tuas palavras.
não as soltaste para que fossem embora.

sei que queres que as detenha,
levando-as ternamente para a concha
nascida nas palmas das minhas mãos.
ninho de aconchego.
onde cabe o volteio preparado para dançar
com as letras.
canta-me com o ritmo do teu sorriso
que a gosto o cubro, ensopado de negra tinta.
aspergindo as minhas mãos,
sopro do sussurro
que estilhaçou o controlador do tempo.

morrem as horas, ergue-se o homem.
intenso. ama-as. devora-as.
ternamente intenso.
Mesmo que reduzido à simplicidade
de não conseguir conter a imensidão
no ninho da alma.
tanto que a quereria acariciar.
deliciando-se com a posse.

a minha negra tinta é a cor do verbo.
Uma semente donde brota a minha canção.
numa luminosa paixão.
soará em tons de luz negra.

até que a voz doa.

17 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá......

Toda palavra solta não deve ser perdida.....
Elas devem encontrar solo fecundo....
Bjs....

4:09 da tarde  
Blogger Unknown said...

Que lindo poema. Lindas palavras unidas.
Que bom que entrou em meu blog com um sorriso. :) Depois de ler o poema do teu eu saio do teu blog com um.
Beijos

4:46 da tarde  
Blogger Vica said...

Lindo poema, acho que eu já tinha escrito algo parecido, em prosa, há um tempo atrás. Lindo mesmo.

5:14 da tarde  
Blogger Rosalina Simão Nunes said...

"até que a voz doa."...e o fado solta-se.
solta-se a voz também. as palavras, essas, perdem-se tantas vezes por destinos inviáveis.
procuram-se vielas, mas só as palavras surgem.
não há vozes.
a necessidade de silêncio emerge.
e as palavras doem.

5:19 da tarde  
Blogger Nilson Barcelli said...

Que a tua voz nunca te doa. A escrever assim seria uma perda irreparável.
Abraço e bfs.

5:34 da tarde  
Blogger --------------- said...

"Palavras leva-as o vento?"
Só as de quem nunca as acariciou até as derreter em negra tinta que jorra de veias, subtilmente cortadas por diamantes ternamente lapidados.

7:17 da tarde  
Blogger Su said...

gostei deste "jogo" de palavras, de letras, de tinta negra como o verbo
gostei de ler.te
jocas maradas de palavras

8:26 da tarde  
Blogger Antona said...

Felicidades por tua *blog,*tambien visitei tua web,me agrada muito.Graças por tua visita e comentários
um abraço

8:38 da tarde  
Blogger Conceição Paulino said...

denso sentir. Bom f.s. bjs e ;)

10:55 da tarde  
Blogger Raraher said...

Mis horas no mueren, se vuelven eternas leyendo tus poesías escritas con esa negra tinta que fluye de tus sentimientos, un afectuoso saludo para ti.

11:24 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A tinta é como o sangue. A cor é diferente mas o efeito é surprendentemente parecido.

11:35 da tarde  
Blogger Laila Braga Barbosa said...

gostei desse expressão "morrem as horas, ergue-se o homem"

2:03 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

olá...
já estava em falta!!!
finalmente cá venho depositar as minhas palavras! não raras vezes, já o tinha tentado fazer.... mas sempre recuei perante o que lia... corava até... era lindo o que aqui encontrava!
o que é que eu poderia escrever?!! por mais que eu tentasse nunca conseguiria escrever nada que me soasse suficientemente belo, ou mesmo justo para aqui aparecer!
pois...
limito-me a escrever os meus sinceros parabéns! :)
estão lindos os poemas...

uma verdadeira dança de sentidos, misturada com uma boa dose de sentimentos...

Beijinhos desta sua amiga
Diana

11:43 da manhã  
Blogger iNuno said...

no fundo a voz pode doer,
mas é maior a dor que ela mata;
a dor que sai de dentro...

3:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Que essa negra tinta seja o sangue! E que o tudo que não for passional desbote.

Um abraço

6:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O coração humano é um instrumento de muitas cordas. O perfeito conhecedor dos homens sabe fazê-las vibrar todas, como um bom músico.
(Charles Dickens)
Eu arriscaria a dizer também não só um bom músico, como um bom escritor, um bom professor, um bom poeta, como o Dr. .
Um Abraço.

9:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

nao sei se já o disse aqui,mas, as coisas boas da vida, tais como algumas breves palavras que ouvimos ou lemos, perdem-se quando não as agarramos com a mesma força que temos em as possuir.

10:11 da tarde  

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