CAMERA ESCURA

... e já não identifico cada suspiro que exalo, construído num doce salgar do suor, nos esgares de dor, essa filha parida na ausência.
como se queda, bem quieto numa paralisia hermética, o meu cansaço desistente. seguirá comprador dos passos meus que não ecoarão na tua estrada.
fico-me por este quarto. no escuro das pálpebras sem vontade muscular, possuídas por inteiro pela cegueira que me impede de saltar a tua janela.
Cada parede uma metástase celular que me consome.
e tu aí tão perto, bem lá no mundo que me chora.