VAMPIRO
I.
o manto negro da noite rasga a escuridão do meu medo.
os meus passos assumem a frémita pulsação de um predador noctívago.
saio pelo mundo:
território predilecto para cravar mandíbulas no peito farto das musas.
deliciosa troca.
sorvo-lhes a melada veia das palavras
enquanto lhes canga o prazer!
II.
miro a cútis cálida do teu pescoço
um pedaço de tempo antes de irromperem sedentos
os meus caninos sorvedouros.
a minha vontade alada faz-me descer até ti,
num volteio erguido na volúpia.
então,
o meu ósculo invade sôfrego a tua pele e sussurrar-te-ei:
foi o teu amor que ordenou esta minha mordida!
III
para inveja das cordas vocais
(reduzidas piamente à sua condição orgânica)
corre agora uma cantata sem fim
num rio de mel.
o caudal rola num fluxo perfeito.
há-de desaguar no ósculo dourado que me cola à tua pele adiando o fim.
o manto negro da noite rasga a escuridão do meu medo.
os meus passos assumem a frémita pulsação de um predador noctívago.
saio pelo mundo:
território predilecto para cravar mandíbulas no peito farto das musas.
deliciosa troca.
sorvo-lhes a melada veia das palavras
enquanto lhes canga o prazer!
II.
miro a cútis cálida do teu pescoço
um pedaço de tempo antes de irromperem sedentos
os meus caninos sorvedouros.
a minha vontade alada faz-me descer até ti,
num volteio erguido na volúpia.
então,
o meu ósculo invade sôfrego a tua pele e sussurrar-te-ei:
foi o teu amor que ordenou esta minha mordida!
III
para inveja das cordas vocais
(reduzidas piamente à sua condição orgânica)
corre agora uma cantata sem fim
num rio de mel.
o caudal rola num fluxo perfeito.
há-de desaguar no ósculo dourado que me cola à tua pele adiando o fim.
