segunda-feira, fevereiro 12, 2007

REVELAÇÃO


se me ofereces apenas a saudade, vejo-te em cores consumidas pelo preto.
se o vento me diz que te foste, deixo-me consumir pelo seu sopro.
então, cumpro o meu destino, herdeiro gélido do vazio e caio na noite como se fosse a névoa escura que me tolhe, num manto esmagador onde estala a firmeza da culpa, num grito mudo que me garante recusar a posteridade ao meu estertor.

o tempo virou mortalha onde me enlaço perdido, sem cordas vocais que entoem cânticos de lamento, sem músculos que se retesem, detendo o esvair da vida.


Morro porque já não acontece.

(…)

27 Comments:

Blogger RPM said...

olÁ amigo!

em formato de texto com uma foto bem trabalhada complementando o poema

abraço amigo

RPM

10:02 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

como sempre perco-me em tuas linhas e letrinhas. Dizem tanto!

Beijinhosss

10:45 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

amandio, sem duvida k este texto,hoje me assenta como uma luva...tudo k ai esta escrito,é a minha vida neste momento....embor triste ...gostei mt

11:25 p.m.  
Blogger karla said...

lindissimo texto... :)

beijinhos

12:45 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Denso e belo.
"se me ofereces apenas a saudade"...
Que mais há a oferecer?

Daniel mMrinha

12:46 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

querido amândio, parco em publicações e tão fecundo em palavras. também eu "morro", amigo. também eu. um abraço *

5:33 p.m.  
Blogger Luna said...

Tantos de nós ao lerem esse poema nos identificamos com ele, e nos sentimos morrer aos poucos,mas morrer acaba por ser uma forma facil ainda que dificil de deixar o tempo passar por nós, e isso não podemos deixar acontecer, pois a vida é para ser vivida, nesmo que seja com dor.
jinhos

9:16 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Porque também há ironia na morte, é o choque do fim que activa o início de uma nova jornada.

Entre culpas caladas, vontades esquecidas e saudades esvaídas, nasce o lençol em que se enrosca todas as noites a esperança...:)

5:29 p.m.  
Blogger lisa said...

Não gosto de falar na morte.

Beijo aluado.

3:43 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Morro porque não me acontece...
Divino.

6:07 p.m.  
Blogger Carla said...

A morte espelha o teu rosto de amante, enquanto eu definho por amor...
Boa semana
♡  ♥Beijos    ♡    ♥Beijos      ♡       ♥Beijos

♡      ♥Beijos       ♡   ♥Beijos ♡   


♡    ♥Beijos   ♡      ♥Beijos    ♡

9:26 p.m.  
Blogger Catarina Alves said...

Joaquim...

que texto fantástico.

Beijinho grande

Nani

2:47 p.m.  
Blogger isabel mendes ferreira said...

magnifico............


olá!!!!!!!!!!!!!!!!!


_____________________

"
o tempo virou mortalha onde me enlaço "


depois disto.....só silêncio.




beijo.

10:06 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Na sequência da revelação de força de viver dos dois anteriores comentários, sigamos essa forma de agir e reagir...porém, sempre com a emoção do sentimento que cabe em nós e a nobreza de o transmitir através das palavras escritas...

Parabéns por mais um belo e sentido texto!

Como é arte o Homem transmitir ao Mundo as emoções pela escrita...

Jaime Pedrosa

4:19 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

gostei de ler.te

a força das palavras. bela escolha na foto

Su

5:19 p.m.  
Blogger Carla said...

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Deixo uma flor, um sorriso e um beijo

11:20 p.m.  
Blogger Pilar M Clares said...

Vuelvo a tus páginas cuando "passo ao largo da memoria" de las pedras "sobre pedras" que me entregaste como tarea poética, y te digo que sigo con ellas buscando las emociones más íntimas. Siente siempre así, poeta.
Un beijo y un abrazo

1:59 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Nevoa dos sonhos. Assim leio as palavras que ditas aos pulsos...

"Morro porque já não acontece."

Deixa de acontecer em cada dia que passa.

João C. Santos

8:33 p.m.  
Blogger Angela said...

Quando a dor nos parece insuportável, preferimos deixar-nos morrer pois a vida deixa de ter sentido. Esse morrer é o luto do nosso coração. E a mortalha em que se transformou o tempo é tão pesada que não acreditamos nos poder libertar dela. Contudo, será o tempo que nos libertará.

Beijinho grande.

11:14 a.m.  
Blogger Nilson Barcelli said...

Sofrido... mas é um excelente texto poético.
Bom fim-de-semana.
Abraço.

5:22 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

da leitura que fiz dos poemas presentes no livro que teve a amabilidade de me oferecer e estabelecendo um paralelo com o texto Revelação, posso afirmar que este me parece mais negro, mais desolador...e até certo ponto mais carregado de timbres e nuances expressionistas, o que sem sombra de dúvida contribui para lhe dar uma forte carga expressionista , reveladora de um certo estado de espirito que contribui para dar um texto uma beleza muito marcante e tocante.

Júlio

3:07 p.m.  
Blogger inBluesY said...

apenas tenho saudade do que um dia tive, pq deixei de ter?

quantas vezes morri em tons de preto, se uns são preciosos para viver os restantes matá-los-ia.

1 bj*

4:11 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

perdi-me na negritude da saudade e hoje desejo o mais azul dos dias,
beijossssssssss

2:19 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

De esmagadora emoção são sempre as tuas palavras...

1:43 p.m.  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Olá Joaquim

...as palavras passam pelas veias__________atingem rápidamente o cérebro________"vejo-te em cores consumidas pelo preto".

Beijinhos
BomFsemana

8:26 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

nossa que coisa mais linda esse poema.,., assinada: hama que está back.,., akakakaka

7:30 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Oi Joaquim! agora que percebi que ainda nao comentei neste seu post.
até Hama comentou e eu não!? rssss
obrigada pela sua existência, pelos seus presentes pra nós leitores. eu quem colocou "revelação"no mixorna.blogspot.com
bjs!!!! Gisele

12:56 a.m.  

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