sexta-feira, julho 21, 2006

CONFESSO

quero-te minha.

numa retenção de portas aladas.
para sempre teu
solto das grilhetas de prisioneiro.

já estou a caminho,amor.

num trilho que respeita
toda a seda erguida nas palavras
que contam a saga dos teus contornos.

ouves os meus passos?

são música tua.
como tú
não deste mundo.

sexta-feira, julho 07, 2006

MONÇÃO

irrompe a chuva
penetrando cada socalco
do meu rosto apontado ao céu!
contorna os meus olhos fechados,
para que o silêncio das pálpebras
me conceda o gosto
ao seu gotejar cristalino.

enquanto inalo o cheiro da terra,
leito último deste desaguar,
furto ávido uma gota
que absorvo sôfrego na minha língua,
antes que a chuva
se despeça do meu corpo.