quarta-feira, abril 26, 2006

SEDA


sempre que aqui não estás
irrompem saudades do futuro.
atrevo-me a ostentar a falta que sinto de mim.

busco-me no único espaço
onde sei que estarei,
esse teus braços perfeitos de aconchego.
aí me quedo,nunca mudo,
jamais deserdado de palavras,
porque herdeiro do sossego nascido
nos meus mais ternos murmúrios.

falo-te lauguidamente por eles.
para que me deixes ficar permanentemente inquilino de Ti.

terça-feira, abril 18, 2006

LEITO



em cada movimento muscular do meu respiro
preenche-me a tua fragrância.

nos movimentos incontroláveis das minhas pálpebras
sonho mirar meus olhos dentro das retinas dos teus.

quem escutar os sussurros dos meus lábios
ouve os sons do meu desejo buscando a tua boca.
se estou prisioneiro nos braços do meu sono porque sorrio?
como ouso mover tão harmoniosamente
os músculos que comandam a vontade dos meus lábios,
se não sou dono desperto da minha vontade?

porque teu tacto delineia as fronteiras da minha imaginação
num embalo que me aconchega vindo de ti.
provoca-me um estado de alma nascido sob a doce ditadura do sonho.

terça-feira, abril 11, 2006

DÁDIVA




o piscar da tua pestana esquerda
marcou a partida da lágrima.
o brilho doce nos teus olhos diz-me
que chegarei a tempo de lhe extirpar
a salinidade,
no preciso momento
em que os meus lábios tocarem os teus.

torno-a minha. torno-me teu.